Aula Magna da Uefs discute o papel das universidades e da ciência em tempos de autoritarismo e negacionismo

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Diretor de Imprensa e Divulgação do Sintest-BA, Luis Ricardo Andrade na Aula Magna, em 17/08/2019.

“O papel das universidades e da ciência em tempos de autoritarismo e negacionismo”, foi o tema debatido na Aula Magna realizada na manhã desta terça-feira (17). A cerimônia virtual foi transmitida  no canal da TV Olhos D’água na plataforma de vídeo YouTube.

Em seu discurso, o reitor Evandro do Nascimento deu boas vindas à comunidade acadêmica e destacou: “Estamos vivendo um momento muito desafiador, um tempo em que as universidades públicas vivem um desafio muito grande durante a pandemia que estamos enfrentando. Estamos também, diante de uma realidade política nos últimos anos no país de avanço de ideias ultraconservadoras e manifestações de ódio, intolerância, preconceito, racismo e retirada de direitos da população. Nesse momento vivemos também o negacionismo da ciência, e todos nós no acadêmico precisamos estar atentos e combativos em relação a esse processo”.

O evento teve como palestrante o professor Pedro Rodrigues Curi Hallal que é graduado em Educação Física, mestre e doutor em Epidemiologia pela UFPel. Realizou estágio pós-doutoral no Instituto de Saúde da Criança da Universidade de Londres, ocupou o cargo de reitor da UFPel entre 2017 e 2020, e coordena o EPICOVID-19, o maior estudo epidemiológico sobre coronavírus no Brasil.

Professor Pedro Rodrigues Curi Hallal, palestrante da Aula Magna.

O palestrante Pedro Hallal  destacou a importância do SUS e da ciência no contexto pandêmico que estamos  vivendo: “O SUS e a Ciência ficaram em pé quando a sociedade mais precisava. O nosso Sistema Único  de Saúde é muito criticado, é subfinanciado, mas a verdade é que diferente de outros países, as pessoas que tiveram e estão com covid no Brasil têm um ponto de contato com o SUS. As Unidades de Saúde, a territorialização do sistema fez com que a tragédia fosse bem menor, impediu que tivéssemos mais mortes. Aí vem a ciência, que em um ano produziu a vacina contra a covid-19 e vem sofrendo diariamente com os cortes de verbas, além de ter de enfrentar os discursos negacionista”.

Para o diretor de Imprensa e Divulgação do Sintest-BA, Luis Ricardo Andrade, a universidade, em sua essência, foi e continua sendo construída em meio à pluralidade de saberes e ideias, baseadas na experimentação, nos fatos e evidências da Ciência. “Este conjunto de conhecimentos desenvolvidos ao longo dos séculos tem o papel singular de desenvolver na sociedade o progresso social e econômico, e ainda, um espírito crítico, através da reflexão do mundo e da liberdade de expressão. Entendendo a Universidade Pública e de qualidade como direito social básico para o desenvolvimento humano, direito este garantido na Constituição Brasileira de 1988, qualquer ato autoritário e negacionista, não diz respeito à academia e nem a Ciência, mas sim a um regime de poder que preza pela ignorância e negação dos direitos sociais básicos, levando a sociedade a uma “barbárie” em todos os aspectos, pois nega aos seus cidadãos o direito à uma Educação básica e superior pública, gratuita e de qualidade”. Leia o discurso completo na íntegra.

O evento também contou com pronunciamentos da professora Amali Mussi, vice-reitora da Uefs, Elson Moura Dias Junior, representante da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), Március Almeida, superintendente da Coordenação Executiva de Projetos Estratégicos da Secretaria da Educação (SEC) e Erick Camões, representando o Diretório Central dos Estudantes (DCE).

O vídeo da cerimônia segue disponível no canal da TV Olhos D’água, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=kZQi-XvYMAo&t=2059s

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