Encerrando o Julho das Pretas, diretora do Sintest-BA recebe Prêmio Clarice Pereira

 

Mulheres que lutam por causas populares, acolhem e são solidárias foram femenageadas, nesta segunda-feira (31), com o Prêmio e Menção Honrosa “Clarice Pereira”. O ato aconteceu no auditório do Sinpojud e reverenciou o legado de luta da professora e dirigente da APLB-Sindicato, que faleceu de Covid no auge da pandemia. Clarice também foi militante das causas das mulheres negras e das comunidades do Nordeste de Amaralina e Vale das Pedrinhas, em Salvador.

Criado em parceria pela Secretaria de Mulheres da CTB Bahia, APLB-Sindicato e o Instituto Pérola Negra, o encontro de mulheres teve o tema “Enegrecer o Feminismo – A Situação da Mulher Negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero”. A secretária de Mulheres da CTB Bahia, Flora Lassance, destacou a importância da premiação. “Nossa Central tem buscado construir coletivamente e em parcerias as ações referentes à luta das mulheres. Essa é uma data especial para as mulheres negras e Clarice foi e é referência por seu belíssimo legado”, enfatizou.

Pelo Instituto Pélora Negra, Kátia Santos afirmou que Clarice era uma mulher de luta afetuosa. “Transmitia a confiança necessária para que as mulheres percebam sua força para acolher quem precisa e quem luta. E quem recebe essa femenagem tem essa marca, também”, disse.

Secretária de Gênero e Diversidade da APLB-Sindicato, Jhay Lopes lembroFu que Clarice era uma líder nata. “Estava sempre presente em todas as lutas que aconteciam na cidade e em outros municípios. Hoje, femenageamos mulheres como ela”, afirmou.

Falando em nome das irmãs, Cecília Pereira agradeceu e disse que atos como esse fazem Clarice estar sempre presente com sua história de luta.

MAIS RECONHECIMENTO

A coordenadora-técnica do Dieese na Bahia, Ana Georgina, lembrou que a precariedade do trabalho e o desemprego têm gênero, raça e etnia. “As tristes estatísticas atingem em maior grau mulheres negras e jovens. A luta de Clarice e de vocês é fundamental para mudar essa realidade”, enfatizou.

Secretária de Meio Ambiente da CTB Bahia e dirigente da APLB, Rita Soares reforçou que “a femenagem era mais do que justa e que a categoria dos professores reconheciam o legado de Clarice”.

A líder da banda Yaya Muxima, Víviam Caroline, resgatou a amizade de Clarice com sua mãe. “Nas comunidades, as mães ensinam solidariedade, afeto e luta para reverter os problemas. Minha mãe e Clarice são referências para muita gente”, pontuou.

Marilene Betros, da APLB, lembrou uma fala importante de Clarice: “Precisamos naturalizar a presença dos negros e negras nos espaços de poder. Temos que lutar firmemente contra o racismo estrutural e institucional em nossa sociedade”.

Representante da UNA-LGBT, Lívia Ferreira enfatizou que “é preciso fazer a luta coletivamente, respeitando a diversidade e com firmeza, afeto e acolhimento. Estarmos lado a lado para fazer o nosso melhor”.

Em reconhecimento à sua contribuição para consolidação dos objetivos da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, na defesa dos direitos individuais e coletivos das mulheres negras do estado da Bahia e do Brasil, a diretora geral do SINTEST-BA e Coordenadora da CTB Regional do Sertão, Daiana Alcântara foi uma das mulheres femenageada com o “Prêmio Clarice Pereira”. Emocionada, Alcântara agradeceu e destacou a importância do evento. “Estou feliz em participar desse momento. É revigorante estarmos aqui juntas. Esse prêmio é para o meu sindicato; para minha categoria; para a CTB Regional do Sertão, que estou coordenando; e também para as companheiras de luta sindical, como Ivanilda Brito e Gisele Rocha aqui presentes. Nós precisamos nos fortalecer. Somos fortes, empoderadas e estamos prontas para as batalhas que a vida nos apresentar. Viva todas nós mulheres, em especial as negras, neste 31 de julho, Dia Internacional da Mulher Africana”.

Outras mulheres também  foram femenageada 

> Ametista Nunes (poetisa, que recitou várias poesias no ato);
> Lucimara Cruz e Rosângela Santana (Assufba);
> Nancy Andrade (Federação dos Bancários);
> Viviam Caroline (banda Yaya Muxima);
> Sirlene Assis (ex-ouvidora geral da Defensoria Pública);
> Hercília Raamos (Sintracom-BA);
> Leninha Santana (Fórum da Pessoa Idosa);
> Lívia Ferreira (UNA-LGBT);
> Dina Lopez (TV Kirimurê);
> Lucivaldina Brito (CUT Bahia);
> Maria do Amparo (Força Sindical);
> Angélica Romão (Sindicato dos Comerciários);
> Lucineide Sampaio (Sinposba);
> Maria José “Zezé” (Sinpojud – recebido pela sobrinha Diane Silva)
> Marilene Betros (APLB-Sindicato).

 

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